segunda-feira, 30 de março de 2009

AFANADOS EM CAXIAS

O jogo Inter e Juventude em Caxias do Sul ficou manchado pela péssima atuação do árbitro Fabrício Corrêa. Toda a vez que os jogadores Ivo e Zezinho do Juventude sofriam uma falta era lance para cartão amarelo dado ao jogador do Inter. Quando Taison e Nilmar entortavam a defesa do Juventude era só marcada a falta.
Isso demonstra a parcialidade do senhor Fabrício Corrêa, que em um lance de falta normal do jogador Sandro do Inter no jogador Zezinho do Juventude, expulsou o atleta colorado sem motivo, pois ele não merecia de maneira alguma o segundo cartão amarelo.
Isso fora outros lances que não valem nem a pena comentar.
Enfim, fomos roubados na Serra.
Mas aí vai o baile do Inter, pra papada curtir:

quarta-feira, 18 de março de 2009

POR QUE O GOVERNO LULA NÃO DEVE EXTRADITAR CESARE BATTISTI

Será que o governo Lula está certo? Ou está errado? Aí vai um texto pra você decidir...
CASO BATTISTI
POR QUE TUDO ISSO COM ELE?
Por Felipe Larsen
"“A Itália mente. O governo italiano está mentindo. A mídia italiana, em sua maioria, pertence ao Berlusconi. Pessoas estão manipulando, ou estão deixando manipular. Nunca fui ouvido pela Justiça italiana sobre esses quatro homicídios. Nunca. Não existe. Não fui ouvido nenhuma vez num inquérito, na fase de instrução.”
Cesare Battisti, IstoÉ, 2 de fevereiro de 2009
Essa história começa no final dos anos 1960. Imperava a guerra fria. Mesmo derrotado na Guerra Mundial, o fascismo italiano nunca foi enterrado. Para ajudar, a atuação de grupos mafiosos como Cosanostra e Camorra tornava a velha bota uma panela de pressão.Após o histórico maio de 1968, marco dos protestos estudantis por um mundo mais justo, a Itália sofria o primeiro grande atentado fascista: a 12 de dezembro de 1969, uma bomba explode no saguão do Banco Nacional da Agricultura, em Milão, matando 16 e ferindo 86. As suspeitas caem sobre o bailarino anarquista Pietro Valpreda e o operário Giuseppe Pinelli. Os responsáveis só serão descobertos três anos depois: Franco Freda, Giovanni Ventura e Giuseppe Rautti, fundador da organização fascista Ordem Nova. Após sair da cadeia, Rautti se elegeu deputado em 1972 pela Direita Nacional.No mesmo ano o fascista Ivano Bocaccio tenta sequestrar um avião; em 1973 militantes da Ordem Nova matam um policial durante manifestação da direita, em Milão; a mando da Ordem Negra (que sucedeu a Ordem Nova) explode uma bomba em meio a manifestação contra o fascismo em Brescia, com 8 mortos; e mais 12 morrem na explosão do trem que vai de Roma a Viena.O clima só esfriou quando o general Vito Miceli foi preso, em novembro de 1974. Ele, que até seis meses antes era o chefe do serviço secreto italiano, foi denunciado por planejar atentados que deixariam o país em crise, fazendo com que o regime parlamentarista fosse substituído por um presidencialismo forte. Miceli também escapou da cadeia, ao eleger-se deputado em 1976.A desordem não vinha só dos fascistas. Sebastião Nery, jornalista e ex-adido cultural na Itália, fala conosco enquanto pinça informações no livro Poteri Forti (Fortes Poderes).“Montaram uma aliança entre a Máfia, a maçonaria e o governo da Democracia Cristã. Criaram o Banco Ambrosiano, ligado ao Vaticano, para financiar estas operações e a base do esquema começou.”O banco financiou a compra do jornal Corriere Della Sera pela família Rizzolli, intermediada por Umberto Ortolani, conde do Vaticano, homem de confiança do governo e vice-presidente do Ambrosiano.
Um erro histórico
Isso acontecia em 1975, ano em que o Partido Comunista Italiano ia de vento em popa, rivalizando com a Democracia Cristã, do presidente Aldo Moro.O avanço do PCI irritava os golpistas de organizações clandestinas. A Operação Gládio tinha cobertura dos serviços secretos italianos e da Otan, Organização do Tratado do Atlântico Norte, e surgiu para combater ações de esquerda. Também havia a P2, loja maçônica que pretendia, com atentados, acabar com o sistema democrático. E mais: convencer a opinião pública de que a esquerda era a responsável pelo terrorismo. Os planos da P2 afundaram após a justiça descobrir documentos que detalhavam tudo. Entre os filiados havia generais, empresários, religiosos, jornalistas, políticos – e não assusta quando descobrimos o mais ilustre associado e futuro “chefão”: Silvio Berlusconi.“O terrorismo de esquerda foi antecipado pelo terrorismo fascista. Do atual governo há ministros fascistas que apoiaram o terrorismo. Eram ligados ao ex-partido fascista. Evidente que existe uma manobra da direita italiana. O Brasil tem o direito de dizer não”, opina o ex-sindicalista italiano Antonio Fattore, explicando por que concorda com o refúgio de Cesare Battisti no Brasil.Fattore entende que havia Estado de direito, mas não acha que o atual governo tenha legitimidade para pedir a extradição de ex-comunistas. A esquerda reagiu com assaltos para levantar fundos, as “expropriações”, e sequestros que serviam para colher informações, frequentemente usadas para denúncias contra empresários e homens do poder."
via site Caros Amigos

sexta-feira, 13 de março de 2009

A REALIDADE EM CAXIAS DO SUL

Ou poderia acontecer como mostra a reportagem abaixo:

O abuso de autoridade e a violência policial contra adolescentes pobres se repete
Por ESTADO VIOLENCIA 26/02/2009 às 20:16

"No dia 19 por volta das 15h50 em Diadema, (região metropolitana de SP), cerca de vinte guardas da GCM, (Guarda Civil Metropolitana), depois de revistar e agredir o adolescente W. de 16 anos, entraram com armas em punho no local de atendimento do Projeto de Medida Sócio Educativa da região. Na presença de profissionais do projeto que prestavam assistência ao adolescente, os guardas em tons de ameaça e sem qualquer mandato judicial, tentaram arrastar o jovem para fora da sala da equipe técnica.
Fato lamentável que tem ocorrido no cotidiano das escolas voltou a acontecer na Escola Municipal de Ensino Fundamental Caio Sérgio Pompeu de Toledo, na Cidade Tiradentes, (Zona Leste de SP). No dia 16, a Coordenadora Pedagógica Ana Paula, depois de ter solicitado aos adolescentes que saíssem da quadra esportiva da escola e os mesmo terem saído, chamou a Guarda Civil Metropolitana que foi até aonde estavam os adolescentes e os arrastaram para a calçada da escola, forçando-os a colocar a mão na cabeça. Não satisfeitos a guarda invadiu um prédio, algemou e agrediu dois adolescentes.
Muitos são os adolescentes violentados pelo abuso de poder de policiais, chegando a graves conseqüências. O alvo costuma ser o mesmo: jovens da periferia. A higienização de classe e racial intensifica-se cada vez mais através de fatos como o estes, pertencentes a uma política elitista e racista. Se tamanha prática violenta foi feita na presença de profissionais de educação fica a prova de que as ações por detrás de muros e terrenos baldios são de extrema tortura."
Via cmi (Centro de Midia Independente)

quinta-feira, 12 de março de 2009

A REALIDADE EM CAXIAS DO SUL - CONCLUSÃO

O objetivo do Cientista Social Charles Kieling e da sua equipe de pesquisas e monitoramento, com os estudos feitos era de identificar os focos da criminalidade em Caxias do Sul e acabar com eles. Contudo o foco do projeto foi totalmente alterado com a mudança de governo municipal. Saiu a administração do prefeito Pepe Vargas, do PT e entrou José Ivo Sartori do PMDB. Um exemplo gritante de como o projeto foi alterado está no fato de que o principal alicerce no combate à criminalidade era a Guarda Municipal. Através dela seriam identificados os focos criminosos em Caxias do Sul. Com o tempo, ao invés de uma guarda preventiva no combate ao crime, trabalhando com informações, passou-se a ter uma guarda belicista, que primeiramente adquiriu armas não-letais, como de eletro-choque a iniciativa agora de armar a guarda com armas de fogo, como mostra matéria do Pioneiro.com:
Guarda Municipal pretende usar armas de fogo
Prefeitura encaminhará licitação para contratar empresa

Caxias do SulA Guarda Municipal de Caxias do Sul desenvolve ações em busca da autorização para uso de armas letais. Nas próximas semanas, a prefeitura deverá lançar a licitação para contratar uma empresa que fará os treinamentos teóricos e práticos para o integrantes da Guarda.O coronel Álvaro Moreira do Nascimento, diretor da Secretaria Municipal de Segurança e Proteção Social, explica que, para a corporação do município se habilitar ao uso de revólveres, o Estatuto do Desarmamento prevê três exigências. São elas: avaliação psicológica do efetivo, instalação de uma corregedoria e de uma ouvidoria compostas de servidores de outras unidades e treinamento prático e teórico de uso do armamento.Depois dessas etapas, o processo é encaminhado à Polícia Federal, que autorizará ou não o município a adotar armas letais, como revólveres e pistola 380 milímetros, com exceção daquelas de uso restrito.– A avaliação psicológica já fizemos. Estamos entrando agora na fase de licitação para o treinamento. Nossa expectativa é de que essa etapa da licitação seja rápida. Paralelamente, devemos constituir a corregedoria e a ouvidoria. Mesmo assim, não podemos falar em prazos, porque vai depender da demora dos treinamentos e, mais adiante, da avaliação da Polícia Federal – explica Nascimento.O diretor avalia como importante a adoção de armas para os guardas. Segundo Moreira, em alguns locais e postos de trabalho seria fundamental os servidores estarem armados. Atualmente, o efetivo de 190 guardas responsáveis pela proteção do patrimônio público caxiense dispõe de 28 pistolas que não são letais (foto). Esse tipo de arma, quando usado, faz a pessoa atingida sofrer, mas não a coloca em risco de morte.
Não me surpreende nem um pouco que esse tipo de pensamento esteja presente em uma instituição que deveria, como dizem os dizeres nos veículos da mesma, "guardar, proteger e servir", já que o Secretario de Segurança Pública, senhor Roberto Louzada é um ex-policial militar. Daí a mentalidade que pode auxiliar o Pioneiro a estampar na sua capa uma tragédia nos próximos tempos.

quarta-feira, 11 de março de 2009

A REALIDADE EM CAXIAS DO SUL 5

MEU TERRITÓRIO É DEMARCADO, EU NÃO ATRAVESSO A RUA PRINCIPAL

Com base no estudo anterior Charles começou a mapear os focos de atividade criminosa e de violência existentes em Caxias do Sul. Assim partiu-se para outro trabalho de pesquisa, chamado de SEGURANÇA CIDADÃ - REDE DE SEGURANÇA NAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL: UM OLHAR SOBRE A VIOLÊNCIA NAS NOSSAS ESCOLAS, realizado no ano de 2006. Composto de um relatório geral e projeto de ação, tinha como objetivo prevenir a violência nas áreas que estão vulneráveis a ela. Trata-se de um estudo qualitativo sobre quem vê a criminalidade em Caxias do Sul. São crianças que estudam em escolas e são alvos do comércio de entorpecentes.
Como resultado desse trabalho ficou evidente que as crianças e adolescentes moradores de bairros periféricos do município de Caxias do Sul presenciam confrontos entre narcotraficantes, disputas territoriais entre gangues, violência doméstica e são obrigadas a compactuar com o silêncio diante do risco de morte caso revelem ações de violência ou criminalidade.
A situação familiar se apresenta desagregada, com falta de referenciais - o que gera falta de objetivos, perspectivas e valores e um forte sentimento de inconseqüência e impunidade - e situações de agressividade doméstica que induz ao alcoolismo e a drogadição.
Como conseqüência dessa violência doméstica, o estudo identificou um comportamento que possui o individualismo como referência principal, onde as relações não são baseadas no companheirismo, mas sim em uma rede de grupos com suporte em organizações criminosas.
São grupos rivais intolerantes, caracterizados pela demarcação de territórios por uma simbologia própria, que evoluem para agressões verbais culminando na morte de algum dos integrantes. Toda essa violência acaba por atingir os professores e funcionários das escolas que esses adolescentes estudam.
Isso tudo aliado à influência do narcotráfico, à falta de infra-estruturas e às desigualdades econômicas estimula o ciclo da violência e da apatia social.

terça-feira, 10 de março de 2009

A REALIDADE EM CAXIAS DO SUL 4

A DROGA QUE SE USA É BATIZADA COM SANGUE, É MAIS FINANCIAMENTO, MAIS ARMAS, BANG, BANG

Tudo isso fica comprovado através de pesquisas realizadas pelo Prof. MSc. Charles Kieling, em parceria com a Faculdade da Serra Gaúcha (FSG). Elas foram feitas com o intuito de identificar os focos de violência em Caxias e achar uma solução para os mesmos.
O primeiro desses estudos é uma pesquisa desenvolvida com quarenta (40) adolescentes internos no Centro de Atendimento Sócio-Educativo de Caxias do Sul, no ano de 2005. “Trata-se uma análise quantitativa, através da qual se pode definir o perfil de quem vive a criminalidade em Caxias”, relata Kieling. Todos os jovens entrevistados cometeram homicídios relacionados com o tráfico de drogas.
Com base nos dados podemos definir o perfil desse jovem infrator como pertencente à etnia branca, solteiro, sem filhos, não participava de associação cultural, nem filantrópica. Possui casa própria, residia em bairro de classe baixa. É católico possuía renda mensal de um salário mínimo e trabalhava sem vinculo empregatício. É natural de Caxias do Sul. Cursava a 7ª série em alguma escola do bairro onde morava. Apresentava freqüência escolar, possui ensino fundamental incompleto. Atualmente sua idade é de 17 anos.
Sua idade na época do crime é de 15 anos. Ele estava acompanhado de um amigo maior, utilizou arma de fogo emprestada por um amigo, não conhecia a vítima e foi somente ele que planejou o ato infracional. Cometeu o crime na região central de Caxias. O delito foi cometido durante a noite, sem contato físico. Nenhum objeto material foi subtraído, sendo que o crime visava acertos pessoais. Não estava sob efeito de drogas, apesar de fumar cigarro e maconha desde os 13, 14 anos. Os pais ou responsáveis sabiam do vício.
O pai desse jovem infrator apresenta-se ausente da vida do filho. Isso fica evidente, pois a maioria das questões ou o jovem não sabia, ou não respondeu. O pouco que se sabe sobre o pai desse jovem é que ele possui o ensino fundamental incompleto, ganha de dois a três salários mínimos, vive com a companheira, não possui antecedente criminal, nem participa de organização criminosa e pratica esportes.
Também se sabe muito pouco sobre a mãe do jovem infrator. Ela possui em média 40 anos, ensino fundamental incompleto, reside sob o mesmo teto que o filho, trabalha como doméstica, com carteira assinada e ganha de dois a três salários mínimos. Vive com o companheiro. Não possui antecedente criminal e não participa de organização criminosa.
Com relação aos irmãos e irmãs do jovem infrator o que se depreende é que há uma desestruturação familiar mais forte do que no vínculo paterno e materno. Os jovens delinqüentes não souberam responder a maioria das questões sobre seus irmãos ou irmãs.
Nas questões sobre os amigos do jovem infrator o quadro de desinformação repete-se da mesma forma como encontrado no pai, na mãe e nos irmãos/irmãs. O que se sabe é que esses amigos têm entre 17 e18 anos, possuem o ensino fundamental incompleto, residem no mesmo bairro e estudam no mesmo colégio que o jovem infrator e tem como ocupação principal o estudo. Tem como atividade de laser reunir-se com os amigos.
A criminalidade em Caxias apresenta muitas peculiaridades relacionadas ao perfil do jovem infrator. Aqui na Serra Gaúcha não temos um quadro como nas grandes cidades do Brasil, nas quais os envolvidos no tráfico de drogas vêm de uma origem miserável. Aqui temos jovens que possuem uma renda familiar em média de R$1.500,00 a R$ 2.000,00. A partir daí surgem os questionamentos: “Como pode alguém que possui uma renda familiar nesse patamar envolver-se com a criminalidade?” Como resposta, temos uma conjuntura de fatores que vão desde a proximidade geográfica com o crime até as limitações impostas por um ensino sem qualidades.
“O que fica evidente é que esses jovens estavam morando no local errado por uma infelicidade do destino”, responde Kieling. Assim o que ocorria era que elas estavam muito próximos de más companhias o que, aliado a uma desestrutura familiar e as limitações que o ensino escolar que lhes era proporcionado mostrou-se decisivo no ingresso desses adolescentes na criminalidade. “A escola limita a vida de muitas pessoas. Elas têm sonhos, querem ser alguém na vida e o colégio na maioria das vezes acaba por limitar, por impedir a concretização desses sonhos”, conclui ele.
Muitos desses jovens iniciavam seu envolvimento com o tráfico de drogas como usuários. Isso explica porque os jovens de renda mais baixa eram preteridos em relação a esses garotos que possuíam uma renda mais alta: no tráfico de drogas é valorizado o consumidor que possui mais poder aquisitivo. Isso ocorre, pois além de poderem sustentar o próprio vício eles poderiam outros amigos com estabilidade financeira a comprar drogas.
Então como consumidores, os jovens mais abastados começaram no consumo, o que logo se tornou um vício que nem o dinheiro de suas famílias conseguia cobrir. Endividados, foram cooptados pelos traficantes para realizar “serviços” para saldar essa dívida. Em outras palavras matar um desafeto ou traficante rival do traficante para o qual eles deviam.
Outro dado que chama atenção é que vai para o Case quem é menor de idade e a maioria dos envolvidos em crimes do tráfico de drogas em Caxias são menores de idade. Isso se explica, pois se cria um sistema de proteção, no qual o menor de idade vai para uma instituição como o Case, onde ele é bem tratado, alimentado, possui oficinas profissionalizantes, cursos, enfim não é como um presídio, onde as visitas são restritas e a vida é dura. Ele comete o crime para proteger o amigo maior de idade, que geralmente é o traficante.
Contudo as coisas não são essas “mil maravilhas” e o jovem quando sai do Case está marcado por ter cometido um homicídio. Ele é descriminado no bairro onde sua família mora e discriminado na hora de conseguir emprego. A própria quadrilha que o cooptou não o quer mais, porque agora sua ficha está “suja”, o que facilita para a polícia chegar até o mandante do crime.

segunda-feira, 9 de março de 2009

A REALIDADE EM CAXIAS DO SUL 3

Aí vai a terceira parte da reportagem sobre a guerra civil em Caxias do Sul:
UM POVO QUE MORRE, GENTE ESNOBE NÃO SOCORRE

Com uma procura tão grande por esse mercado ilícito, existe como contrapartida uma oferta de proporções iguais, senão maiores. Oferta essa influenciada diretamente pela má distribuição de renda, que leva indivíduos a entrarem para o tráfico de armas, drogas e também para a prostituição, mesmo que nesse último caso haja um forte componente psicológico envolvido.
Os indivíduos envolvidos na Guerra Civil em Caxias do Sul não são somente negros e índios, ou seja, os maiores segregados desde o período da colonização do Brasil. “Quando começou a formação econômica dos grupos que vieram da Itália e da Alemanha para a nossa região, alguns indivíduos se adaptaram a forma de domínio e exploração que era aplicada na época da escravidão”, relata Charles. Assim, alguns indivíduos se destacaram explorando os companheiros do mesmo grupo étnico.
Hoje os indivíduos segregados, vítimas da Guerra Civil, são provenientes de diversas etnias, não somente negros e índios, mas brancos também. “São habitantes provenientes de alguma região do Rio Grande do Sul, em sua maioria. No máximo de Santa Catarina”, define ele.
Mas qual o motivo da vinda desses indivíduos para Caxias do Sul? “Tudo começou na década de 1980, quando as indústrias de Caxias resolveram procurar reserva de mão de obra. Mão de obra explorada, sem vínculo empregatício, contrato de 90 dias de trabalho, e essas pessoas acabaram ficando na cidade e dando origem a uma urbanização desorganizada”, relembra Kieling.

quinta-feira, 5 de março de 2009

A REALIDADE EM CAXIAS DO SUL 2

Aqui vai a segunda parte da matéria feita com o Dr. Charles Kieling sobre a Guerra Civil em Caxias do Sul:
VEJA O SEU DINHEIRO ELE É SUJO IGUAL O MEU, NA CONTABILIDADE NOSSO SONHO SE PERDEU

O rico que financia esse comércio todo, não se compromete com os negócios envolvendo drogas, armas e prostituição de luxo. “Ele não busca o produto na fonte para não se com prometer. Ele tem outras pessoas que vão fazer esse trabalho para ele. Por isso é muito difícil de a polícia chegar nesse megaempresário”, explica Charles. Para ilustrar melhor a situação ele dá um exemplo: “Eu quero meninas bonitas, loiras de determinada idade. Aonde eu vou? Eu vou nessas casas noturnas de fachada. Vou beber e lá vai ter um book com as fotos das mulheres que eu quero”, conta Kieling.
Contudo a versão oficial de porque o empresário vai até essa casa noturna é outra. “Eu não estou indo lá para cometer o ilícito, estou indo para me divertir, tomar uma bebida, comer um tira gosto”, finaliza ele. Com isso temos como resultado a lavagem de dinheiro que serve para acobertar o ilícito do processo. Na contabilidade dessa casa noturna aparece uma dose de whisky R$100,00, uma garrafa de whisky R$ 1.000,00. Foi isso que o cliente consumiu oficialmente. Porém, lendo nas entrelinhas, fica claro que ninguém agüenta beber uma garrafa inteira de whisky, ou mais, como costuma ser contabilizado. O que ele consumiu na verdade foi o programa com uma garota ou drogas como cocaína e ecstasy, contudo isso não pode constar na contabilidade, pois é ilegal. O que se faz então? Colocam-se os valores como correspondentes ao consumo de algo legalizado, como o whisky.
Outro exemplo de negócio de fachada que serve para lavar dinheiro é a construção civil. “Na década de 90, o Brasil passou por um problema na construção civil que estava em crise. Detalhe em Caxias do Sul a construção civil continuava a mil. Não teve problema nenhum com a economia de Caxias, continuava muito bem obrigado. Porque isso? Por que existia uma forma de contabilizar esse dinheiro. A isso damos o nome de lavagem de dinheiro, ou caixa 2, 3, 4”, explica Charles.
Mas e porque em uma casa noturna, que serve de fachada? “Porque é mais seguro para o rico consumir esse tipo de produto em uma casa noturna, em um restaurante, do que ir até uma favela para obter, onde ele pode ser preso pela polícia”, responde ele.
No final da década de 90 foi criada a CPMF, e o que pouca gente sabe é que esse imposto persegue todas as economias que um individuo faz. “Muitos empresários estão caindo na malha fina, porque eles registram um determinado valor no imposto de renda, e a CPMF rastreia outros valores que não foram registrados na declaração do imposto de renda”, explica Kieling.
Outro tipo de situação que ocorre em Caxias é em relação ao contrabando de armas de fogo. Já existe na cidade, locais onde você pode alugar armas para assaltar um banco. “Tu alugas um fuzil ou metralhadora, assalta o banco e depois tu paga o aluguel da arma com uma porcentagem daquilo que tu conseguiu roubar”, relata Charles.

CLASSIFICAÇÃO SUADA...

Timinho filho da puta. Vieram só pra incomodar... e tomaram pra aprender que com time grande não se brinca.

quarta-feira, 4 de março de 2009

O ISLÃ NOS ESTADOS UNIDOS E O ISLÃ NA ÁFRICA




"O rapper Snoop Dogg apareceu neste domingo (1º) durante a convenção anual em Chicago do Dia do Salvador, do grupo religioso norte-americano Nation of Islam (“Nação do Islã”, em inglês), elogiando o pastor Louis Farrakhan e sugerindo que ele é um membro do movimento.Snoop, cujo nome verdadeiro é Calvin Broadus, fez uma doação de US$ 1.000 (R$ 2.400) para a Nação e disse que sempre acompanha as declarações do pastor.O rapper disse ser um “líder da comunidade hip-hop” e que era sua primeira participação em um evento do Dia do Salvador, evento que marca o aniversário do fundador da Nação do Islã, Mestre Fard Muhammad. Ele declarou aos seguidores da religião presentes que dividiria as informações aprendidas no evento com outros músicos.“Quando você ouve um sermão do pastor Farrakhan é como se estivesse em um espelho, é olhar para si mesmo”, disse o rapper para a Associated Press. “E sobre ver você mesmo e o que você pode fazer para melhorar a situação... Estamos fazendo muita coisa errada uns aos outros, e precisamos nos corrigir”.


Conversão


Quando perguntado pela AP se ele estaria planejando se converter e ser um membro da Nação do Islã, Snoop disse que ele já entrou para o movimento.“Eu já estou na Nação, é por isso que eu estou aqui’, disse. “Eu sou um pregador da paz. Eu estive no movimento pela paz desde que eu comecei a fazer música. Não vou tentar empurrar minhas opiniões para você. Eu só falo sobre o modo como vivo, e eu vivo como deveria viver, fazendo a coisa certa e representando o que é certo. É por isso que eu estou aqui hoje”.Snoop se recusou a dizer quanto tempo ficaria em Chicago e se estaria trabalhando em qualquer tipo de projeto. Seu último álbum, “Ego trippin”, foi lançado em março de 2008 nos EUA.Farrakhan mantém há algum tempo relações com rappers e artistas do hip-hop famosos. Ele já apresentou e discursou em convenções de hip-hop, encorajando a paz entre os rappers."
Via.Rapevolusom.
Enquanto isso na maior parte da África as leis islâmicas ordenam que se corte fora o clitóris das mulheres. Diferenças... diferenças.

A REALIDADE EM CAXIAS DO SUL

O que vou publicar a seguir é uma matéria que será veiculada em partes, por ser muito grande. Trata-se de uma reportagem que eu fiz com o Dr. Charles Kieling, cientista social, sobre a realidade sócio-econômica em Caxias do Sul. Infelizmente ela não foi publicada na Caros Amigos como eu havia planejado. Já que isso não ocorreu, vou postá-la aqui no blog. Aproveitem, que vale a pena. Essa é a primeira parte:
A FESTA É DA UVA, MAS A DANÇA É DE MATAR
Um retrato de quem vive e quem vê a violência na cidade de Caxias do Sul e as soluções para resolver esse problema

No município de Caxias do Sul, a segunda maior cidade do estado do Rio Grande do Sul, conhecida no Brasil todo pela Festa da Uva, existe uma triste realidade por trás de tanta riqueza e belezas naturais. É que aqui em Caxias reproduz-se a mesma situação socioeconômica encontrada nos grandes centros urbanos do Brasil – São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre - e do mundo – Los Angeles, Nova Iorque, Londres e Paris. Não uma realidade bela, mas sim de injustiça social e violência. “Trata-se de uma cidade muito rica, onde circula muito dinheiro e o que vem junto com esse dinheiro são armas, drogas e prostituição”, explica o Cientista Social Charles Kieling.
Antes de entrar em contato com as pesquisas que compõem essa matéria, eu acreditava que Caxias estivesse longe dessa realidade horrenda, já que com a colonização italiana realizou-se um processo de reforma agrária nunca antes feito em outras regiões do Brasil. Reforma agrária, não somente em Caxias, mas, realizada em todo o Rio Grande do Sul pela monarquia brasileira. Contudo acabei por descobrir o contrário.
De acordo com o pesquisador e historiador Luís Mir, autor do livro Guerra Civil – Estado e Trauma, entende-se por Guerra Civil como: “Não é um conflito cultural. A guerra civil é um enfrentamento étnico e econômico, como as suas conseqüências.” Infelizmente é essa a situação que vivenciamos em Caxias do Sul. Descobri que se trata de um território balcanizado (dividido para conquistar), a exemplo do que Luís Mir cita que ocorre nas grandes cidades brasileiras, no qual as camadas baixas da população são confinadas em guetos, cercados por indústrias, distantes da área central da cidade e dos bairros habitados pela elite. É ali nesses guetos que as populações pobres acabam por promover um morticínio entre eles mesmos, seja através de brigas de gangues ou disputas pelo tráfico de drogas. Ou seja, um conflito não somente étnico e econômico, mas de causas geográficas, pois eles atacam quem está mais próximo.
“A Guerra nossa é promovida pelas elites, pela burguesia, aonde os próprios traficantes vão se combater e aí a polícia entra para prejudicar determinado cenário econômico, por que quando ela sobe o morro, por exemplo, no Rio de Janeiro ela prejudica o comércio daquele morro; e ajuda o comércio de outro morro”, Kieling exemplificando como funciona a balcanização. E continua: “Quando a elite diz que vai investir em mais segurança, ela acaba por dar meios para que a brigada militar possa subir o morro e acabar com a boca de fumo. Assim acaba forçando o traficante a investir em mais armamentos para se proteger, aumentando mais o ciclo de violência”, conclui ele.

terça-feira, 3 de março de 2009

A ESPERANÇA DE UM MUNDO MELHOR

Essa imagem acima renova no coração de todos nós a esperança de um mundo melhor. Um mundo onde não haja racismo, ódio, guerras, rancor. Onde nossos filhos possam crescer com amor, justiça, paz e igualdade social. Onde todos possamos ser iguais convivendo com nossas diferenças.

É isso que o governo Obama simboliza. Espero que ele consiga tornar tudo isso realidade. Claro que com a colaboração de todos nós que habitamos esse planeta.

PAZ.

(foto: blog do Marcelo d2)

segunda-feira, 2 de março de 2009

A TAÇA DO HOMEM É NOSSA!!!

1,2,3 o Grêmio é freguês...hehehehehehe.